Amadora: Um Munícipio na segunda metade da tabela



Como é habitual, a Bloom Consulting disponibilizou, agora para o ano de 2022, o Ranking dos Municípios Portugueses, realizando uma avaliação quantitativa das seguintes métricas: negócio, visitar e viver.

Não sendo uma ciência exacta, o estudo propõe-se a identificar os Concelhos nacionais que, mediante diferentes parâmetros individuais, colhem, de forma agregada, uma “nota” final, agrupando-os por zonas geográficas, o que nos permite reflectir de forma objectiva quem está “melhor / pior” e as respetivas razões subjacentes.

Para facilitar a análise, olhemos, apenas, para a “Região de Lisboa” (que contempla, igualmente, outras zonas para além do Distrito de Lisboa, como refere a tabela abaixo).

Verifica-se que o Concelho da Amadora se encontra na 10ª posição em 18 Municípios e, pior, caiu um lugar face ao estudo de 2021. Efectivamente, a Amadora obtém a 10ª posição para “visitar” e “viver”, assim como a 13ª posição para “negócios”.

 

De uma forma concreta, a Amadora encontra-se abaixo da larga maioria dos Municípios da Área Metropolitana de Lisboa e, inclusivamente, de outros da comummente denominada “margem sul”, encontrando-se, lamentavelmente, na segunda metade desta tabela.

É difícil compreender como é que um Município central, em termos geográficos, e com uma larga rede de transportes, embora ineficiente por diversas situações, se encontre no último terço deste grupo de 18 Municípios, no que a “negócios” diz respeito. Urge, por parte dos agentes governativos locais, criar condições para que os amadorenses optem pelo seu Concelho para estabelecer os seus negócios, ao invés de optarem por Concelhos vizinhos por razões, também mas não só, associadas aos impostos municipais.

No que a “viver” e “visitar” respeita, esta classificação é o translúcido reflexo da falta de soluções para um Concelho que, não obstante os desafios que enfrenta, possui um conjunto de recursos que, eficientemente aplicados, poderiam, de forma tangível, contribuir para a vida das pessoas.

Se não há dúvida que a Amadora, pela sua densidade populacional e todos os desafios que daí advêm (mobilidade, habitação, estacionamento, higiene urbana, etc.), enfrenta constrangimentos, não é menos verdade que, por assim ser, dispõe, por via do Orçamento de Estado e da Receita Municipal, de recursos mais do que suficientes para não andarmos a discutir, não raras vezes, problemas de administração autárquica típicos dos anos 80 e 90.

O que tem feito a Câmara Municipal da Amadora para promover o turismo / a visita de pessoas ao Concelho, algo que teria um impacto inegável no próprio comércio? Poderei estar a ser injusto ao não referir a rampa de snowboard construída há uns anos e que, como se previra, teve uma adesão nula.

Para terminar, importa deixar claro que a Amadora pode e deve a aspirar ser muito mais. O Concelho e as suas gentes merecem-no e têm capacidade para fazer desta uma terra com mais oportunidades, melhor qualidade de vida e que nivele a fasquia por cima.

Deixo os meus votos sinceros de um excelente ano de 2023.

 

Link do estudo: https://www.bloom-consulting.com/pt/bloom-consulting-portugal-city-brand-ranking/


Marco Monteiro

Membro da bancada do Partido Social Democrata na Assembleia de Freguesia de Venteira

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