No passado sábado disputou-se aquele a que a TV Amadora designou na sua peça jornalística como “Derby” da Cidade, no escalão de Séniores Masculinos, a contar para a 3.ª Divisão do Campeonato Nacional de Andebol e que opôs o Clube Recreativo do Bairro Janeiro, já com um extenso historial na modalidade e o Estrela da Amadora, cuja modalidade foi recentemente criada no Clube e dá agora os seus primeiros passos, mas com resultados bastante animadores.
Nada de anormal, naquele que
deveria ser um evento desportivo que galvanizasse ambas as instituições, os
seus adeptos e meio envolvente e até mesmo porque não dizê-lo, a Cidade, não
fosse o caso de duas instituições que têm a sua implantação na Freguesia da
Venteira, terem de ir disputar o jogo no extremo oposto do Concelho e mais
grave ainda, a equipa visitada, o Clube Recreativo do Bairro Janeiro jogou este
jogo em “casa”, naquela que é a “casa” do Estrela da Amadora, ou seja, jogou o
jogo em casa, na qualidade de visitado, sendo na prática o visitante, caricato
por demais, ou não estivéssemos na Amadora.
Esta situação anómala e bizarra
espelha a total ausência de uma política desportiva no Concelho, que tem
especial impacto nos desportos de pavilhão. Num Concelho com cerca de 180 mil
habitantes, dezenas de Clubes com modalidades e escalões que servem milhares de
jovens, é bem conhecida por todos, dirigentes e atletas a dificuldade em
encontrar recintos desportivos disponíveis para a prática da sua actividade
desportiva, num Concelho diga-se que pela sua localização e demografia
apresenta uma mais valia no que respeita à captação de jovens talentos que
esbarram assim com entraves ao desenvolvimento da sua actividade desportiva e
ao desenvolvimento das suas capacidades.
Incompreensível esta situação,
antes de mais porque é sobejamente conhecido por todos o investimento público
(dinheiro de todos nós) que foi feito nos últimos anos no parque escolar do
Concelho, com a construção de vários pavilhões desportivos de raiz, mas que por
total ausência de uma politica que salvaguarde a utilização desses recintos por
parte das colectividades desportivas sediadas e que desenvolvam a sua actividade
no Concelho da Amadora, torna-se difícil a sua disponibilidade para utilização.
No caso da Freguesia da Venteira,
a situação assume aina mais gravidade, com cerca de 30 mil habitantes e um
Pavilhão a ser explorado como ginásio e a respectiva maquinaria e outro como
centro de operações no que respeita ao combate à COVID-19, as
soluções são praticamente inexistentes.
E é com especial enfoque no
Pavilhão José Caeiro que não posso deixar de demonstrar a minha indignação,
sendo que este equipamento desportivo se encontra situado no coração da
Freguesia da Venteira, mais concretamente no Bairro Janeiro, existindo uma
forte componente afectiva por parte do Clube Recreativo do Bairro Janeiro ao
mesmo, onde fez desde sempre a sua casa, essencial para que haja uma identificação
geográfica para com a actividade da Colectividade e do Clube, de forma a captar
praticantes, nomeadamente os mais jovens, encontra-se há ano e meio privado
deste equipamento, tendo o que é gravíssimo, por diversas vezes de disputar os
seus jogos em casa fora do Concelho da Amadora!
Obviamente que ninguém está, nem
eu estou a por em causa a importância do combate à Pandemia COVID-19 mas esta
situação deveria indignar qualquer autarca com responsabilidades no Município
da Amadora, seja ao nível o Concelho seja ao nível da Freguesia, mas o facto de
em cerca de ano e meio, não se ter encontrado um qualquer armazém ou espaço em
todo o Concelho que permitisse a transferência das funções que estão a ser levadas
a cabo no Pavilhão José Caeiro, permitindo assim a sua desocupação e
disponibilização para a prática desportiva, demonstra bem o interesse ou a
(falta dele) que existe pelo desporto na Cidade, por parte de quem deveria
estar na linha da frente na sua defesa e promoção.
Foi pois, com sentido de
responsabilidade e abertura para em conjunto com a Junta de Freguesia da
Venteira e demais eleitos locais, tentamos enquanto eleitos pelo Partido Social
Democrata, encontrar soluções que minimizassem o impacto desta situação na vida
das Colectividades afectadas pela indisponibilidade para a prática desportiva
do Pavilhão José Caeiro, sendo que em Sessão de Assembleia de Freguesia a
Venteira do dia 29 de Setembro de 2020, foi apresentada a Moção intitulada “Em
defesa do Desporto Juvenil na Freguesia da Venteira” e que propunha “Aprovar
uma linha de apoio financeiro a título excepcional para todas as colectividades
que utilizam o Pavilhão Municipal José Caeiro para prática desportiva em
escalões de formação desportiva, por forma a garantir a sua sustentabilidade e
actividade na época desportiva 2020/2021, montante esse a cabimentar no
Orçamento da Junta de Freguesia da Venteira para o ano de 2021.” Moção esta chumbada
desde logo pelo Partido Socialista, com maioria absoluta à data em demonstração
cabal da falta de sensibilidade para a resolução do problema, que vem-se
mantendo até agora através do Executivo também ele do Partido Socialista.
Resta-nos pois, enquanto eleitos
do Partido Social Democrata, esperar por dias melhores e continuar a fazer o
nosso trabalho, enquanto eleitos locais, ao dispor da população e sempre ao
dispor para denunciar e apresentar soluções que vão ao encontro das
espectativas dos cidadãos e demais agentes da Freguesia, num combate em que há
semelhança do anterior mandato o Partido Social Democrata esteve sempre na
linha da frente, desejando as maiores felicidades desportivas a todas as colectividades
da Freguesia, com reconhecimento pelo trabalho desenvolvido nas difíceis condições
que lhe são proporcionadas.
Cá estarei, cá estaremos sempre!
Daniel Marques Rodrigues
Secretário-Geral da Comissão Politica da Secção da Amadora do Partido Social Democrata
Líder da bancada do Partido Social Democrata na Assembleia de Freguesia da Venteira
Comentários
Enviar um comentário