Na Venteira o PS chumba a reivindicação do metro até à Venteira

Como tinha prometido num artigo de opinião anterior, o grupo de eleitos do PPD/PSD levou à Sessão Extraordinária da Assembleia de Freguesia da Venteira do dia 24 de Maio de 2018 para apreciação e aprovação a moção "Por um Plano de Expansão do Metropolitano de Lisboa Que Preveja a Mobilidade ao Nível da Área Metropolitana de Lisboa", que propunha as seguintes acções:
  1. Manifestar a sua oposição ao plano de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa apresentado em Maio de 2017 que coloca claramente em segundo plano o município da Amadora e os seus cidadãos;
  2. Afirmar a necessidade evidente de o Metro, enquanto operador de transporte público na Região Metropolitana de Lisboa, desempenhar a missão de prestar um serviço de transporte público de passageiros orientado para o cliente, promovendo a mobilidade sustentável de todos os cidadãos que residem, estudam ou trabalham na Região Metropolitana de Lisboa;
  3. Requerer à Administração do Metropolitano de Lisboa e ao Governo que deem a conhecer aos eleitos desta Assembleia de Freguesia os estudos que sustentaram a mudança de orientação estratégica de desviar para a cidade de Lisboa investimentos programados para a área envolvente, nomeadamente o concelho da Amadora;
  4. Questionar o Governo acerca de eventuais medidas que, ao nível da mobilidade, procurará desenvolver a fim de compensar a população da Amadora pelo cancelamento da expansão da rede do metropolitano no seu território.
A moção foi apresentada por mim próprio. 
O BE interveio a sugerir que a moção devia ser mais assertiva e exigir a construção da linha até ao Hospital Amadora-Sintra em vez de meras medidas compensatórias por não a construir, a CDU a repetir esta exigência, a reforçar as críticas à futura linha circular de Lisboa, a sublinhar que o governo não está a resolver os problemas do Metro investindo no reforço de meios e trabalhadores necessários para desempenhar a sua missão e a relembrar que os problemas de mobilidade sustentável na Área Metropolitana de Lisboa não se restringem às deslocações da população da Amadora para Lisboa, e o CDS-PP a acusar a Câmara Municipal da Amadora de falta de visão e de coragem para exigir ao governo o recuo na recusa de prolongar a linha como tinha anunciado. E o senhor Presidente da Assembleia de Freguesia fez uma longa exposição, não sendo claro se como Presidente da Assembleia de Freguesia, se como membro da bancada do PS, a recordar detalhadamente a história do processo desde o anúncio da linha em 2009 até ao presente, que mostrou conhecer muito bem, e a atribuir a cada governo os méritos e as críticas que, na sua opinião, merecem ser atribuídos, informação de muita utilidade para os presentes mas sem grande relevância, na nossa opinião, no contexto da discussão de uma moção que não pretendia escrever a história do processo de ampliação da rede de Metro até à Amadora mas definir um conjunto integrado de acções concretas da Assembleia de Freguesia da Venteira na circunstância actual em que o prolongamento da linha foi cancelado pelo governo.
Após as intervenções procedeu-se à votação, e a moção recebeu os votos favoráveis do PPD/PSD, da CDU e do CDS-PP, totalizando sete, duas abstenções do BE e do Mive, e foi rejeitada pelos dez votos contra do PS.

O PS da Venteira não quer fazer nada para lutar pelo prolongamento do Metro até ao Hospital Amadora-Sintra, e com a maioria absoluta que detém bloqueia qualquer acção da Assembleia de Freguesia nesse sentido. Nós queremos, e fizemos o que estava ao nosso alcance. Enquanto o PS dominar o Governo, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, a Venteira não vai estar a um metro de Lisboa.
Nós assumimos a responsabilidade pelo que tentámos fazer, o PS que a assuma pelo que impediu de fazer.

Manuel Vilarinho Pires
(Membro da bancada do PPD/PSD na Assembleia de Freguesia da Venteira)

Comentários