Para que não se deixe morrer o desporto!
No passado 11 de Março, fez 7 anos desde que a
"estrela" mais importante do desporto da cidade, o Clube de
Futebol Estrela da Amadora, se extinguiu.
Fundado por um grupo de amigos a 22 de Janeiro de
1932, numa taberna situada na atual freguesia da Falagueira, conta a
história que o nome do clube surgiu quando Júlio da Conceição (um dos
fundadores), apontou as estrelas no céu naquela noite, a dar a ideia para
o nome do clube, sugestão esta que por todos foi aceite.
Apesar das naturais dificuldades iniciais de
implantação, o Estrela, como é carinhosamente chamado pelas gentes da
nossa cidade, resistiu e vingou, tendo feito o seu primeiro jogo contra o
Palmense, que venceu por 2-1.
A sua maior conquista foi a Taça de Portugal da época
de 1989/1990, frente ao Farense, e após vários embates entre si. Esta
vitória fez a cidade da Amadora sair à rua e viver a maior festa popular
de sempre, continuando a ser o maior feito de sempre da história do
desporto amadorense.
No dia 1 de Março de 2011, a não aprovação do plano de insolvência por parte dos
credores ditou o início do fim do clube. Atravessando uma grave crise financeira, e como consequência a descida de divisão administrativa da sua equipa sénior, não permitiu a sustentabilidade do clube, tendo encerrado a sua atividade no final da época.
Entrou então em período de insolvência.
Tal como a grande maioria dos amadorenses, o Estrela
não é o principal clube que apoio (até porque, infelizmente, já conheceu o
fim), mas é sim o clube que pelo qual não deixarei de sentir um carinho
especial (como me disse um dia um amigo meu "O Estrela está no
coração"), afinal foi ele que me permitiu praticar desporto na
minha terra, nas modalidades que mais gosto.
Portanto, foi com enorme mágoa que aceitei o seu
fim.
Ficam para trás as memórias, as histórias que me
recordam, principalmente das famosas e míticas tardes passadas na
Reboleira a ver o Estrela a jogar, que infelizmente não cheguei a viver.
O desaparecimento do Estrela, acompanhado mais tarde
pela Académica, são o retrato da situação do associativismo e da prática
desportiva no nosso concelho. Clubes como o Bairro Janeiro ou o Atlético
de São Brás apenas continuam a sua atividade muito por causa de um grande
esforço das suas direções e atletas, sendo pouco apoiadas pela CMA e respetivas
freguesias.
Como sabemos, a falta de apoios condiciona a
atividade e não potencia a prática de desporto por parte dos habitantes do
concelho, o que também se refletirá na sua população, convidando os
amadorenses a ir para concelhos limítrofes ou então a abandonar a atividade.
Até a própria prática de desporto escolar é
condicionada com a falta de condições nos pavilhões escolares, alguns
deles sem medidas oficiais.
Mas, felizmente, nem tudo é negativo.
O aparecimento de clubes como o CDE, ou o crescimento
do Damaiense, fazem ressurgir a esperança de que o desporto na nossa terra
volte às glórias que no passado atingiu.
É preciso adotar medidas para reavivar o desporto na
Amadora. Ajudar os clubes existentes a crescer e incentivar a
criação/refundação de outros é essencial para o desenvolvimento da nossa
cidade. Cabe agora à CMA e restantes órgãos autárquicos apoiar o desporto
do concelho, não repetindo os erros do passado.
Deixar morrer os clubes, consistiria na morte de uma
parte da história e identidade da cidade.
Nós, JSD Amadora, iremos contribuir para tal, com
propostas e sensibilização dos jovens, para que o passado sirva de lição e
no futuro muitas mais taças venham para casa!
Por agora, como disse, ficam as memórias.
* Texto publicado originalmente em www.jsd-amadora.blogspot.com
* Texto publicado originalmente em www.jsd-amadora.blogspot.com
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